3 Razões Pelas Quais Projetos de ERP no Brasil Enfrentam Desafios de Adoção

Introdução

Implementar um ERP é um desafio em qualquer parte do mundo.
Mas no Brasil, essa complexidade vai muito além da configuração técnica do sistema.
Não se trata apenas de tecnologia, mas de navegar em um dos ambientes tributários e regulatórios mais complexos do planeta, garantindo ao mesmo tempo que as pessoas estejam preparadas e dispostas a adotar a mudança.

Quando empresas multinacionais implementam o Dynamics 365 Finance & Operations no Brasil, o sucesso depende não apenas da competência técnica, mas também do alinhamento entre pessoas, processos e cultura organizacional.

A seguir, apresentamos três dos principais motivos pelos quais a implementação de sistemas ERP enfrenta desafios no Brasil, e como os líderes podem superá-los de forma eficaz.

1. Metas de Adoção vs. Realidade Local

Em muitos rollouts globais, o sucesso de um ERP é medido por ganhos em eficiência, visibilidade e padronização de processos.

No Brasil, entretanto, uma parte significativa do esforço é inevitavelmente direcionada para atender às exigências fiscais e regulatórias locais.
Como resultado, mesmo após o go-live, não é incomum que os usuários mantenham planilhas paralelas ou conciliações manuais para garantir conformidade.
Embora isso traga uma sensação de segurança, também aumenta a complexidade operacional e retarda a adoção efetiva.

A solução está em definir os objetivos de adoção desde o início, conectando-os a resultados práticos: reduzir relatórios manuais, simplificar aprovações ou aprimorar a visibilidade de processos.
Quando os líderes demonstram que o ERP pode garantir compliance e, ao mesmo tempo, eliminar tarefas repetitivas, as equipes passam a enxergar o sistema não apenas como uma exigência regulatória, mas como um aliado estratégico para o negócio.

2. Estilos de Trabalho Globais e Locais São Diferentes

Projetos de ERP geralmente reúnem equipes globais, responsáveis por direcionar a estratégia, e equipes locais, que trazem conhecimento operacional profundo.
Ambas agregam valor, mas seus estilos de trabalho refletem prioridades diferentes.

Equipes globais (especialmente na Europa e nos Estados Unidos) tendem a priorizar agilidade e comunicação objetiva, buscando avançar rapidamente nas decisões.
Já as equipes brasileiras costumam dedicar mais tempo ao alinhamento colaborativo, compartilhando contexto e garantindo que diferentes perspectivas sejam consideradas antes de seguir adiante.

Cada abordagem tem seus méritos.
O desafio surge quando as expectativas não estão alinhadas: o que parece “agilidade” para uns pode parecer “falta de atenção a detalhes” para outros.

A solução é estabelecer claramente, desde o início, como as decisões serão tomadas e como as informações vão ser entregues.
Quando a velocidade global é combinada à profundidade local, os projetos se beneficiam de maior eficiência e melhor adesão.

3. Confiança Leva Tempo para Ser Construída

A adoção de um ERP vai além do treinamento.
Ela depende de confiança, confiança no sistema e nas pessoas que lideram a mudança.

No contexto brasileiro, a confiança é construída por meio de relacionamentos e experiências compartilhadas.
Quando o conhecimento local não é plenamente reconhecido, a resistência pode surgir de forma sutil.
Por outro lado, quando as equipes se sentem incluídas e valorizadas, elas costumam ir além das expectativas para fazer o projeto dar certo.

Workshops colaborativos, nos quais especialistas globais e usuários-chave brasileiros atuam lado a lado para resolver problemas reais, são oportunidades poderosas de fortalecer essa confiança.
Da mesma forma, incluir representantes locais em comitês de governança e instâncias de decisão assegura que a realidade do Brasil esteja efetivamente refletida no projeto.

Essa inclusão fortalece a adoção e estimula uma cultura de corresponsabilidade.
Quando a confiança é incorporada ao processo, a adoção torna-se mais sustentável e duradoura.

Reflexão Final

Projetos de ERP no Brasil enfrentam desafios únicos.
O cenário fiscal e regulatório é altamente complexo, e as diferenças culturais exigem alinhamento cuidadoso.
Ainda assim, quando abordados com uma estratégia estruturada de gestão da mudança, esses desafios se transformam em oportunidades de construir equipes mais colaborativas, resilientes e conectadas globalmente.

Em última análise, o sucesso de um projeto de ERP não se sustenta apenas na tecnologia, mas nas pessoas que a fazem funcionar.

Próximo Passo:
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